terça-feira, 19 de maio de 2009

Historia Land Rover Range Rover

Dinastia Range Rover

Utilitários com requinte de sedan de luxo são habituais nos dias de hoje... Mercedes, BMW e Porsche exploram o mercado dos SUV. Mas em 1970, aquando o aparecimento do Range Rover, os 4x4 eram simples e brutos. A apresentação do modelo mais confortável e luxuoso da Land Rover dava início a um novo segmento que alcançou o sucesso ainda antes de ser lançado no mercado.
O primeiro Range Rover introduziu diversas inovações no universo dos todo-o-terreno: suspensões com molas helicoidais e nivelamento automático de altura, travões de disco nas quatro rodas e um potente motor V8 de 3,5 litros. Ainda com três portas e uma distância entre-eixos bastante curta, 2540 mm, os padrões de performance, comportamento dinâmico e conforto de rodagem superavam em muito os utilitários da época, ainda marcados pela extrema dureza. As linhas fluidas e angulosas eram robustas e imponentes, tendo assumido tal identidade que a marca levou mais de 30 anos para sequer ousar modificá-las. Uma versão de quatro portas chegava ao mercado em 1981, equipado com transmissão automática em 1982, e no ano seguinte com a introdução de uma caixa manual de cinco velocidades. Em 1985, o V8 ganhava injecção electrónica, uma tentativa de adequá-lo ao crescente preço do combustível na Europa. Um passo decisivo nesse sentido foi, um ano depois, a oferta de um 2,4 litros turbo-diesel da VM, mais suave que os propulsores diesel da própria Rover. Em 1987 a marca reentrava no competitivo mercado americano, após alguns anos de ausência, o que levou o Range Rover a ganhar rapidamente em qualidade de fabricação. No ano seguinte, o grupo Rover era adquirido pela British Aerospace. Volvidos dois anos, com o lançamento do Discovery para o segmento intermédio, entre o Land tradicional e o Range Rover, este último recebia motores bem mais potentes: o V8 passava a 3,9 litros e o turbodiesel a 2,5 litros. Travões com sistema ABS, suspensão a ar com controlo electrónico, controlo de tracção e diferencial central de acoplamento viscoso, em substituição ao de bloqueio manual pelo condutor, foram algumas das evoluções que chegaram em 1992. Outras novidades eram a opção da distância entre eixos ser 20 cm mais longo (passando a 2740 mm) e um novo aumento de cilindrada no V8, para os 4,2 litros. Um motor Rover Tdi assumia o lugar do VM turbodiesel e, dois anos depois, eram disponibilizados airbags frontais. Em Setembro de 1994, depois de muita especulação, surgia a segunda geração do Range. Carroçaria, chassis (com 2740 mm de distância entre eixos) e grande parte da mecânica eram totalmente novos, mas mantinha a identidade ao nível do design com o modelo antigo, que permanecia por um ano como Range Rover Classic. O interior estava mais moderno e ainda mais requintado, não faltando a opção de couro Connolly, o mesmo utilizado em modelos da Rolls-Royce e da Jaguar. A suspensão podia ser ajustada em cinco posições de altura e a transmissão automática, agora de quatro velocidades, permitia a travagem em velocidades mais altas, para evitar a perda de tracção por excesso de binário. O veterano motor V8 de comando de válvulas no bloco aparecia em duas versões: um 4,0 litros, capaz de debitar 177 cv de potência e um 4,6 litros de 210 cv. A marca inglesa disponibilizava ainda um motor BMW turbodiesel de seis cilindros e 2,5 litros, para as versões base e DSE. Ainda em 94, a BMW assumia o controlo do grupo Rover. Depois da aquisição, apenas pequenas alterações: a série Autobiography em 1997, surgiu com rodas de 18 polegadas (em vez das habituais 16 polegadas), e um sistema de áudio com CD para seis discos e controlos no volante, em 2000. Na linha 2002, com a Land Rover nas mãos do grupo Ford desde março de 2000, a tradição de 31 anos foi honrada com o lançamento da terceira geração do RR. Mais longo e mais alto que o modelo anterior, o novo Range Rover dispõe de um maior habitáculo e uma presença ainda mais imponente na estrada. A maior altura ao solo e os excelentes ângulos de ataque e rampa significam que o novo Range Rover dispõe de maiores aptidões para o todo-o-terreno que o seu antecessor, enquanto o aumento da rigidez torsional garante um comportamento seguro em estrada. A Range Rover dotou este novo modelo com um 6 cilindros de 3,0 litros, common rail, turbocomprimido com injecção directa, capaz de desenvolver uma potência de 174 cv às 4.000 rpm, ou seja, cerca de 30% mais potente que o 2,5 litros diesel, também de origem bávara, utilizado na II geração Range Rover. No exterior, o novo Range Rover conseguiu combinar as linhas modernas com os traços de design próprios da gama, como o seu capot em forma de concha com as saliências laterais, a tampa da mala com abertura horizontal separada do vidro e a dianteira imponente.

Destinado a carregar nas suas costas o peso de ser o porta-estandarte dos veículos de fora de estrada made in UK e perante um mercado saturado de opções, ter um Range Rover continua a ser um símbolo de bom gosto e conhecimento técnico. De carácter inalterável e fiel a si mesmo trata-se muito mais que uma simples moda.

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